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A mostrar mensagens de março, 2013

A arte dos Posters (XXXVIII)

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A New Kind of Love (1963), Melville Shavelson

Multiplicidade

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Apesar de não ser um grande apreciador de  The Lady from Shanghai (1947), tenho que dar a mão à palmatória ao Sr. Welles por esta sequência do filme. 

O melhor de 2012 (II)

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10 - Frankenweenie, Tim Burton 9 - Room 237, Rodney Ascher 8 - No, Pablo Larraín 7 - Life of Pi, Ang Lee 6 - Searching for Sugar Man, Malik Bendjelloul 5 - Argo, Ben Affleck 4 - Pietà, Kim Ki-duk 3 - Django Unchained, Quentin Tarantino 2 - Holy Motors, Leos Carax 1 - Amour, Michael Haneke

O melhor de 2012 (I)

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20 - How to Survive a Plague, David France 19 - The Dark Knight Rises, Christopher Nolan 18 - Tabu, Miguel Gomes 17 - Rebelle ( aka War Witch), Kim Nguyen 16 - Brave, Mark Andrews; Brenda Chapman; Steve Purcell 15 - Lo imposible, Juan Antonia Bayona 14 - The Sessions, Ben Lewin 13 - 5 Broken Cameras, Emad Burnat; Guy Davidi 12 - Beasts of the Southern Wild, Benh Zeitlin 11 - Wreck-It Ralph, Rich Moore

O absurdo que merece ser visto

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Sculpting in Time (II)

Neste que se proclama como sendo o Dia Mundial da Poesia, deixo o devido destaque a um grande poeta soviético. Falo de Arseny Tarkovsky, pai do mestre Andrei Tarkovsky.  Eurydice A person has one body, Singleton, all on its own, The soul has had more than enough Of being cooped up inside A casing with ears and eyes The size of a five-penny piece And skin—just scar after scar— Covering a structure of bone. Out through the cornea it flies Into the bowl of the sky, On to an icy spoke, To a wheeling flight of birds, And hears through the barred window Of its living prison-cell The crackle of forests and corn-fields The trumpet of seven seas. A bodyless soul is sinful Like a body without a shirt— No intention, nothing gets done, No inspiration, never a line. A riddle with no solution: Who is going to come back After dancing on the dance-floor Where there's nobody to dance? And I dream of a different soul Dressed in ot

O duelo

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Quão bom é fazer zapping por entre uma limitada escolha de quatro canais nacionais e deparar-me com este final que tanto adoro? Já me tinha esquecido que iria passar o Il Buono, il brutto, il cattivo (1966)  na RTP2 mas o que é certo é que mudei precisamente no momento certo, podendo assim rever estes 20 minutos finais. E meus amigos, o quão monumental é esta longa sequência. E que dizer daquela troca de olhares alimentada pela banda-sonora do Ennio Morricone? Simplesmente genial. Assim se constrói a tensão. Diga-se de passagem que os mortos aqui não têm qualquer descanso...

A arte dos Posters (XXXVII)

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The Holy Mountain (1973), Alejandro Jodorowsky

The Tell-Tale Heart

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TRUE! --nervous --very, very dreadfully nervous I had been and am; but why will you say that I am mad? The Tell-Tale Heart (1953),  Ted Parmalee

Sculping in Time

"We've come to the end of the day: let us say that in the course of that day something important has happened, something significant, the sort of thing that could be the inspiration for a film, that has the makings of a conflict of ideas that could become a picture. But how did this day imprint itself on our memory?  As something amorphous, vague, with no skeleton or schema. Like a cloud. And only the central event of that day has become concentrated, like a detailed report, lucid in meaning and clearly defined. Against the background of the rest of the day, that event stands out like a tree in the mist. (Of course the comparison is not quite exact, because what I've called mist and cloud are not homogeneous.) Isolated impressions of the day have set off impulses within us, evoked associations; objects and circumstances have stayed in our memory, but with no sharply defined contours, incomplete, apparently fortuitous. Can these impressions of life be conveyed through fi

A morte como espectáculo

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[Spoilers] Aplausos que ele(a) vai entrar em cena. Os vizinhos ocupam os assentos nos seu devidos camarotes e aplaudem. Esta performance , que de teatral pouco se pinta, acaba por ser o derradeiro acto que encerra a peça.  Uma cena belíssima, com uma mise-en-scène que pisca o olho ao Rear Window (1954) do mestre do suspense. De ressalvar igualmente o trabalho de Sven Nykvist, que consegue iluminar o cenário de forma brilhante.  Le locataire (1976), Roman Polanski

The Hourglass Sanatorium

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The Hourglass Sanatorium (1973) , filme realizado por Wojciech Has, empreende uma mise-en-scène estonteante. Absolutamente genial. Um autêntico delírio para os olhos. 

David Cronenberg

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Completa hoje 69 anos de existência. Parabéns Sr. Cronenberg. 

A morte iminente

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[Spoilers] Wild Strawberries (1957) compreende uma das sequências mais belas da história do cinema. De acordo com Ingmar Bergman, este inspirou-se um pouco noutra obra de seu nome  The Phantom Carriage (1921) , curiosamente realizada por Victor Sjöström, o protagonista do filme aqui destacado. A cena referida destaca um dos sonhos tidos pelo protagonista naquilo que pensa ser o período terminal da sua vida. E este sonho reflecte muitos dos seu medos e funciona como um meio de antecipação da morte iminente que o parece chamar.  Sente-se perdido numa existência com muitas vias possíveis a tomar. O tempo é agora escasso e acaba por se tornar uma nulidade, tal como se observa no relógio sem ponteiros, o mesmo que me traz o senhor Dalí à memória.  Uma sequência com uma mise-en-scène e fotografia brilhantes. 

Figurantes numerados

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Nas filmagens de Spartacus (1960) , Stanley Kubrick dispôs os corpos dos escravos chacinados atribuindo a cada figurante um número, chamando depois por ele para dar instruções. 

Pensamentos cinéfilos

«Uma das coisas que me deu mais confiança para tentar fazer um filme foi ver todos os maus filmes que vi. Porque ficava ali sentado e pensava: Bem, não sei absolutamente nada de filmes, mas sei que consigo fazer um filme melhor que aquilo.» Stanley Kubrick

A arte dos Posters (XXXVI)

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Amarcord (1973), Federico Fellini

The Perfect Human (1967)

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The Perfect Human (1967), Jorgen Leth

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O homem acende o cachimbo. Move o seu corpo de forma bastante coordenada e sem qualquer esforço. Evidencia-se de frente e de perfil perante o espectador como se o seu físico fosse momentaneamente objecto de avaliação. A mulher move o seu cabelo defronte uma superfície reflectora, que à partida não se encontra naquele quarto desprovido de artificialismos. Jorgen Leth empresta a sua própria voz ao seu célebre ensaio fílmico de 1967 e começa por apontar: “Here is the human. Here is the human.” No instante em que tais palavras se pronunciam, observamos o acto de apertar um cinto e abotoar uma camisa. Banalidades, imagens e actos do nosso dia-a-dia, mas que certamente nos distinguem de qualquer outro ser vivo à face da Terra. Apregoam-nos mais um sentido para o título de “humanos” que carregamos às costas tão veementemente. A voz-off maquinal repete-se como que um eco que exige a nossa atenção. Esta voz insinua-se com um  timbre sereno, pausado, alheio de pressas, as mesmas que se afirm

Reinterpretação de uma obra - O Sétimo Selo (1957)

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No primeiro ano do meu curso, no âmbito da cadeira de "História e Teorias da Arte", foi-nos proposta a realização de um exercício de reinterpretação. A premissa era bastante simples e abrangente, bastava tomar como inspiração um qualquer produto artístico (pintura, escultura, um simples plano de um filme, etc.), de modo a atribuir-lhe características novas, modificando-lhe ou não o seu sentido inerente. Decidi pegar no icónico plano de um dos meus filmes predilectos. Refiro-me a The Seventh Seal (1957)  do mestre Ingmar Bergman. Partindo deste filme, fotografei um momento de forma a adulterar o significado.  Para quem não conhece o referido filme do Bergman, este retrata o percurso de um cavaleiro medieval que procura respostas a questões perante o sentido da vida e a existência de Deus. Quando chega a deixar este mundo, a morte personificada cruza-se no seu caminho para lhe ceifar a vida. O cavaleiro propõe uma partida de xadrez, derivante da qual se irá decidir o

A cinefilia como modo de vida

Entrevista integrante do site À Pala de Walsh . Estas e outras questões podem ser lidas aqui e aqui . Carlos Natálio: Gostava agora de ler uma citação de Frank Capra que diz:  “f ilm is a disease. When it infects your bloodstream, it takes over as the number one hormone; it bosses the enzymes; directs the pineal gland; plays Iago to your psyche.”  Alguns cinéfilos são acusados, alguns sentem-se mesmo culpados, de ver demasiados filmes. Alguma vez sentiste esta ansiedade por não estar, digamos assim, a “viver o suficiente”? E se sim, como lidas com isso? Adrian Martin: Confesso que já senti essa ansiedade uma ou duas vezes na minha vida, não muitas na verdade. Identifico-me muito com essa citação. Ainda hoje eu vivo completamente obcecado com a possibilidade de ver mais e mais filmes. Quando era adolescente, claro, o cliché apareceu: “será que estou a passar demasiado tempo no escuro? Será que não estou a viver o suficiente?”  Tudo isso. Mas rapidamente me reconciliei comigo e co

A arte dos Posters (XXXV)

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A Clockwork Orange (1971), Stanley Kubrick

A mulher no grande ecrã

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8 de Março. Dia Mundial da Mulher. Por essa razão e em jeito de homenagem, aqui ficam algumas das melhores interpretações femininas que ilustram a sétima arte.  Renée Jeanne Falconetti Faleceu a 12 de Dezembro de 1946 mas deixou a sua marca fincada na história do cinema. Protagonizou e carregou às costas La Passion de Jeanne d'Arc (1928), filme mudo realizado pelo dinamarquês Carl Theodor Dreyer. Quanto ao filme propriamente dito, estamos perante uma das minhas obras predilectas. Quanto à representação de Falconetti, os seus olhos encarregam-se de contar a história. De acordo com  o crítico Roger Ebert:  For Falconetti, the performance was an ordeal. Legends from the set tell of Dreyer forcing her to kneel painfully on stone and then wipe all expression from her face--so that the viewer would read suppressed or inner pain. He filmed the same shots again and again, hoping that in the editing room he could find exactly the right nuance in her facial expression. Liv

A arte dos Posters (XXXIV)

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Full Metal Jacket (1987), Stanley Kubrick

Visions of Light - The Art of Cinematography

Visions of Light - The Art of Cinematography (1992)  é um documentário bastante interessante que se foca unicamente na direcção de fotografia, esse ramo por vezes tão ingrato no que a reconhecimento diz respeito. Vários excertos de filmes são apresentados, sendo que alguns são acompanhados por justificações dos respectivos directores de fotografia, restituindo assim a categoria de autor na qual estes responsáveis pela imagem merecem ser incluídos. Para além de relembrar as respectivas tarefas que o cargo acarreta, este documentário mostra-nos exemplos de filmes onde a imagem se destacou como o elemento principal, aquele que ficaria por algum motivo gravado na memória dos espectadores.  "Someone once said that the lighting and the look of a film makes the pauses speak as eloquently as the words. That you have moments in films that happen because of what is there visually, how someone is lit or not lit. You put something in an audience's mind visually, and they will carry a

Pier Paolo Pasolini

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Se não nos tivesse deixado em 1975, talvez ainda hoje estivesse vivo. Neste preciso dia completaria 91 anos. O seu nome sonante na história do cinema traz-me sempre à memória Salò, or The 120 Days of Sodom (1975) , o seu filmo mais controverso e que viria a ser igualmente o seu último. A primeira vez que tive a oportunidade de visualizar este filme foi uma experiência sem precedentes, tal foi a intensidade com que se cravou na minha memória. Obrigado por nos teres deixado esta obra-prima. 

O rosto de Kubrick

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Esta é indubitavelmente uma das melhores cenas da história do cinema. Poucas vezes um filme se conseguiu catapultar com uma cena de abertura tão perfeita. Filmada a partir de um helicóptero que sobrevoava a área, a cena inicial de The Shining (1980)  acompanha o percurso de Jack Torrance (Jack Nicholson), ainda sem revelar esse rosto de protagonismo. O enquadramento apenas indica que naquele carro amarelo se encontra alguém importante e que o mesmo veículo o transporta a um determinado local de elevado destaque. O plano geral reduz a importância da personagem perante todo o cenário que o envolve.  Hoje visualizei o interessante documentário Room 237 (2012) e a aparente superficialidade desta sequência é apenas uma carapaça que não impediu historiadores e teóricos de procurarem o verdadeiro significado por detrás da mesma. Existe uma teoria quanto ao verdadeiro ponto de vista nesta sequência, fortemente apoiado pelo tema Dies Irae  que se faz ouvir durante a mesma. Apesar de filmada

A arte dos Posters (XXXIII)

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Holy Motors (2012), Leos Carax